quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quem é Deus para o Espiritismo?

"O que é Deus?" Esta é a primeira pergunta de O Livro dos Espíritos. Allan Kardec não perguntou "Quem é Deus", mas sim "O Que é Deus".

"Quem é Deus" seria uma pergunta a fazer lembrar os frescos da Capela Sistina, com o seu Deus antropomórfico, visto à maneira do Antigo Testamento, como um homem extremamente poderoso, e dotado das qualidades e defeitos dos outros homens. Ainda há muito quem tenha esta concepção de Deus, que produz raciocínios do género: "Deus é infinitamente bom e infinitamente mau, pois ele é Todo-Poderoso"! Não faz sentido, e é por não fazer sentido que muitas pessoa rejeitam essa ideia de Deus que contraria a Razão. Um Deus vingativo, colérico, arbitrário, interessado sobretudo em receber honras e homenagens, e fazendo questão de punir eternamente quem não lhas presta e recompensar quem o adula.

Os Bons Espíritos, por intermédio de médiuns (pessoas com capacidade de percepcionar o mundo espiritual), em várias partes do mundo, responderam à pergunta de Allan Kardec:

"Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas". 

A ideia de Deus transmitida por Moisés e pelos antigos profetas foi a que se adaptava à compreensão de um povo de pastores, há trinta e muitos séculos. Um Chefe.

A ideia de Deus que Jesus transmitiu, sem negar o que era divino na Lei de Moisés, foi a de um Deus de amor, compaixão e justiça. Um Pai.

Os Espíritos trazem-nos esta definição, como que a corrigir as interpretações ingénuas que os homens fizeram de Deus.

A continuação do diálogo com os Bons Espíritos, que abre O Livro dos Espíritos:

"2 O que devemos entender por infinito?
– O que não tem começo nem fim; o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito. 


3 Poderíamos dizer que Deus é infinito?
– Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência."


Comenta Kardec, a terminar:

"Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo de uma coisa por ela própria, é definir uma coisa que não é conhecida por uma outra igualmente desconhecida."

Allan Kardec achava que se as obras da Codificação fossem produto da imaginação de um homem, mereceriam mais atenção. E também é sabido que se as tivesse "embrulhado" em linguagem técnica filosófica, impenetrável para os não entendidos, ainda lhe seria reconhecido mais mérito. A simplicidade da linguagem da obra da Codificação não lhe prejudica a riqueza do conteúdo, e torna-a acessível a muito mais pessoas. As três primeiras perguntas, que transcrevemos acima, são prova disso.



Do site: blog-espiritismo.blogspot.com

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