Pode parecer Jogo de palavras, mas o médium de cura é, quase sempre, um espírito endividado diante da Lei de Deus, carente de tratamento. A cura espiritual ocorrerá se o médium fizer bom uso do seu "poder" mediúnico, concedido pela misericórdia de Deus. No tratamento mediúnico, o doente propriamente dito pode curar-se se aliar o merecimento à fé. O médium representa apenas o instrumento - esterilizado ou enferrujado - sobre o qual atuam os bons espíritos. Para os dois, médium e paciente, vale a advertência de Jesus: "Vá e não peques mais".
Kardec atribuiu (Revista Espírita de 09/1865) ao Espiritismo o mérito de explicar satisfatoriamente os fenômenos mediúnicos de cura, embora tenha admitido, desde o primeiro momento de sua análise, que a mediunidade é um fenômeno natural, ocorrido em todos os tempos da história do homem.
No antigo Egito - para dar apenas um exemplo -, a prática mediúnica era usual e popular, a tal ponto que foi registrado, em gravura, o deus Horus colocando as mãos acima da cabeça de um doente, na típica postura de um passista.
A mediunidade de cura ocorre, basicamente, pela doação de fluido, dirigida por um espírito, com resultados mais ou menos rápidos, dependendo da capacidade do médium e do merecimento do paciente.
É preciso esclarecer, de início, que qualquer pessoa, dotada ou não de mediunidade, pode aplicar passes. São os chamados magnetizadores. O que distingue um médium curador dos demais mortais é a predisposição fluídica especial, que o torna mais eficaz na aplicação do passe.
Porém, nem sempre o médium curador é bem-sucedido. Digo isto para que fique claro que um doente sem merecimento não obtém a cura, ainda que recorra ao mais eficiente dos médiuns. Diante dos casos de provação compulsória, a terapia doutrinária, com base no Evangelho, é o melhor remédio para amenizar o sofrimento do doente e neutralizar todo sentimento de revolta contra Deus.
Às vezes, o resultado é tímido ou mesmo nulo por outros motivos. Uma das explicações é esta: assim como os profissionais médicos, o médium curador trabalha por especialidade.
Tais limitações são comuns. Podemos atuar muito bem sobre uma dor de estômago e não sobre uma dor de cabeça; podemos beneficiar o coração de um companheiro e sermos impotentes diante de um osso quebrado.
A qualidade do fluido emitido pelo médium também interfere no resultado do fenômeno. O fluido da pessoa desregrada não atua tanto quanto o de uma pessoa equilibrada. Alimentação sadia e visível progresso moral ampliam significativamente a capacidade do médium curador.
Neste ponto, alguém pode contestar a argumentação, alegando que existem médiuns muito eficazes no tratamento de doenças e que, apesar disso, cobram pelo que fazem, sem considerar a mediunidade como uma dádiva concedida pela misericórdia de Deus.
Não é bem assim. Muitas curas podem ocorrer por mérito exclusivo do paciente. Um bom espírito utiliza-se, momentaneamente, do fluido de um médium curador, seja ele quem for, considerando a urgência do atendimento a um doente que precisa de tratamento e merece a cura.
Seja como for a cura mediúnica é uma realidade. Mas não confunda médium receitista com médium curador. O primeiro age como uma variante da mediunidade psicográfica, atuando como um médico. O médium receitista recomenda, por inspiração dos espíritos, determinada substância, alopática ou homeopática. Quem cura, portanto, não é o médium, mas o remédio.
No caso do médium curador, ocorre a intervenção fluídica sobre o corpo e o perispírito do paciente. A cura se processa pela emissão do fluido do médium, combinado com a irradiação de um espírito, que o assiste, monitorando e dirigindo o fenômeno. O médium pode receitar e não ser médium de cura ou vice-versa. Pode também combinar as duas aptidões, o que é mais raro.
O médium digno deste nome busca sempre o aperfeiçoamento moral, certo de que, na maioria dos casos, a mediunidade representa o melhor instrumento para o resgate de débitos desta e de outras vidas.
Antes de tudo, o médium deve entender que reencarnou com o dom da cura porque tem dívidas a saldar, coletivas ou individuais. No passado, o médium pode ter sido um mau rei que prejudicou milhares de súditos; ou um latifundiário que manipulou o mercado, provocando a falta de alimentos; ou ainda um agitador que abusou das multidões para saciar a sede de poder. Pela mediunidade de cura, o médium resgata os débitos pelo trabalho em favor do próximo.
Quando passarem para o plano espiritual, após o desencarne, os maus políticos e os maus empresários compreenderão, como já o fizemos, a imensidade do prejuízo que causaram na Terra. Para eles haverá, certamente, a opção de repararem os erros com a prática da mediunidade, em benefício de muitos.
A misericórdia de Deus é infinita. Apesar da extensão do nosso estrago, direto ou indireto, causado no passado, Deus nos concedeu a bênção da mediunidade curativa por 30, 40 ou 50 anos.
É importante entender que o poder de irradiação e de penetração fluídica do médium curador cresce na medida em que pratique a moral cristã. Com o domínio de forças mais sutis, atinge áreas mais complexas, no corpo e no perispírito do paciente. Se for guiado por um bom espírito, que também seja médico, produz curas consideradas impossíveis.
Kardec atribuiu (Revista Espírita de 09/1865) ao Espiritismo o mérito de explicar satisfatoriamente os fenômenos mediúnicos de cura, embora tenha admitido, desde o primeiro momento de sua análise, que a mediunidade é um fenômeno natural, ocorrido em todos os tempos da história do homem.
No antigo Egito - para dar apenas um exemplo -, a prática mediúnica era usual e popular, a tal ponto que foi registrado, em gravura, o deus Horus colocando as mãos acima da cabeça de um doente, na típica postura de um passista.
A mediunidade de cura ocorre, basicamente, pela doação de fluido, dirigida por um espírito, com resultados mais ou menos rápidos, dependendo da capacidade do médium e do merecimento do paciente.
É preciso esclarecer, de início, que qualquer pessoa, dotada ou não de mediunidade, pode aplicar passes. São os chamados magnetizadores. O que distingue um médium curador dos demais mortais é a predisposição fluídica especial, que o torna mais eficaz na aplicação do passe.
Porém, nem sempre o médium curador é bem-sucedido. Digo isto para que fique claro que um doente sem merecimento não obtém a cura, ainda que recorra ao mais eficiente dos médiuns. Diante dos casos de provação compulsória, a terapia doutrinária, com base no Evangelho, é o melhor remédio para amenizar o sofrimento do doente e neutralizar todo sentimento de revolta contra Deus.
Às vezes, o resultado é tímido ou mesmo nulo por outros motivos. Uma das explicações é esta: assim como os profissionais médicos, o médium curador trabalha por especialidade.
Tais limitações são comuns. Podemos atuar muito bem sobre uma dor de estômago e não sobre uma dor de cabeça; podemos beneficiar o coração de um companheiro e sermos impotentes diante de um osso quebrado.
A qualidade do fluido emitido pelo médium também interfere no resultado do fenômeno. O fluido da pessoa desregrada não atua tanto quanto o de uma pessoa equilibrada. Alimentação sadia e visível progresso moral ampliam significativamente a capacidade do médium curador.
Neste ponto, alguém pode contestar a argumentação, alegando que existem médiuns muito eficazes no tratamento de doenças e que, apesar disso, cobram pelo que fazem, sem considerar a mediunidade como uma dádiva concedida pela misericórdia de Deus.
Não é bem assim. Muitas curas podem ocorrer por mérito exclusivo do paciente. Um bom espírito utiliza-se, momentaneamente, do fluido de um médium curador, seja ele quem for, considerando a urgência do atendimento a um doente que precisa de tratamento e merece a cura.
Seja como for a cura mediúnica é uma realidade. Mas não confunda médium receitista com médium curador. O primeiro age como uma variante da mediunidade psicográfica, atuando como um médico. O médium receitista recomenda, por inspiração dos espíritos, determinada substância, alopática ou homeopática. Quem cura, portanto, não é o médium, mas o remédio.
No caso do médium curador, ocorre a intervenção fluídica sobre o corpo e o perispírito do paciente. A cura se processa pela emissão do fluido do médium, combinado com a irradiação de um espírito, que o assiste, monitorando e dirigindo o fenômeno. O médium pode receitar e não ser médium de cura ou vice-versa. Pode também combinar as duas aptidões, o que é mais raro.
O médium digno deste nome busca sempre o aperfeiçoamento moral, certo de que, na maioria dos casos, a mediunidade representa o melhor instrumento para o resgate de débitos desta e de outras vidas.
Antes de tudo, o médium deve entender que reencarnou com o dom da cura porque tem dívidas a saldar, coletivas ou individuais. No passado, o médium pode ter sido um mau rei que prejudicou milhares de súditos; ou um latifundiário que manipulou o mercado, provocando a falta de alimentos; ou ainda um agitador que abusou das multidões para saciar a sede de poder. Pela mediunidade de cura, o médium resgata os débitos pelo trabalho em favor do próximo.
Quando passarem para o plano espiritual, após o desencarne, os maus políticos e os maus empresários compreenderão, como já o fizemos, a imensidade do prejuízo que causaram na Terra. Para eles haverá, certamente, a opção de repararem os erros com a prática da mediunidade, em benefício de muitos.
A misericórdia de Deus é infinita. Apesar da extensão do nosso estrago, direto ou indireto, causado no passado, Deus nos concedeu a bênção da mediunidade curativa por 30, 40 ou 50 anos.
É importante entender que o poder de irradiação e de penetração fluídica do médium curador cresce na medida em que pratique a moral cristã. Com o domínio de forças mais sutis, atinge áreas mais complexas, no corpo e no perispírito do paciente. Se for guiado por um bom espírito, que também seja médico, produz curas consideradas impossíveis.
Altivo Carissimi Pamphiro
(Artigo retirado da Revista Estudos Espíritas - Janeiro de 1999 - Edições Léon Denis)
(Artigo retirado da Revista Estudos Espíritas - Janeiro de 1999 - Edições Léon Denis)
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